O Poeta & A Poesia

O Poeta & A Poesia
Voltarei inevitavelmente à poesia, porém, quando a escrevo tenho de estar motivado para tal e quase sempre é quando estou triste que me chega essa motivação. Porque escrevo com os sentimentos à flor da pele, É quando o meu estado de alma quer ter voz como um desabafo ao vento. ..."porque um poeta é alegria, também tristeza em breve momento" _ Hélder Gonçalves
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No Dia do Teu Aniversário



Para ti ,este Poema
Hoje, longe de ti, ergo a minha taça.
Comemoro à distancia, teu aniversário.

Dicotomia, Deus e o Universo

"O Homem ,quando pela primeira vez olhou 
o céu e contemplou as estrelas,
interrogando-se, inventou Deus"

No Word

No Word vou escrevendo
Coisas do coração
Para não desaparecer
Nas teclas vou batendo
Sempre com atenção
Guardando depois de fazer

O que nele vou pintando
Coisas do coração
Na resposta a um poema
Em precaução vou guardando
Não vá  mal tocar,noutro botão
Depois ficar ,sem outro dilema

Porque  - sentimento deletado
Coisas do coração
Outro igual nunca mais sentido
Por não bem guardado
Com cuidado e atenção
Que devia ser prevenido!

Hélder Gonçalves


20.03.2014

MULHER (dia internacional da Mulher







Para ti mulher- escrevo, hoje, um poema
Com  respeito e amor.
Num altar te ponho,  raínha do mundo,
em devoção e fervor.
Em ti os atributos  humanos são o tema,
a chama, a luz e calor:
com que abraças o universo  profundo.
Capacidade e mais valor,
sabedoria de mãe e mulher: é teu dilema.
Madalena, do Jesus Redentor,
cientista,operária, juiza, cartaz de fundo,
venerada com esplendor.
Mãe de Cristo, militar, beleza suprema
Adoça o mundo com AMOR






Coração de Poeta



                          
                              
                      Coração de poeta, quanto é falso !
Traiçoeiro, por demais perigoso.
Sem sentido, é cego em servidão
refém, seguindo passo a passo
Ilusões, sonhos - quão doloroso!
Das malsãs tormentas que ficarão,
após sonhos, da ilusão em acaso

Coração de poeta, eterno sofredor.
Da sua loucura , segue impreparado,
sempre no logro  e da má avaliação,
nunca pensa nem ouve seja o que for:
Independente, livre, mesmo magoado-
é ele que pensa, que dita a condição:
Porque ele é vida, é  sonho,  é Amor!



Hélder Gonçalves

Recordando




Naquela viela estreita, gentios horrores
Um bafo quente, de estranhos odores
Com nome esquisito - Rua das Atafonas
Tabernas esconças, cheiros e  sabores,
putas, encostadas, em porta carcomida,
gastas pelo tempo, escadas da má vida!

Vendem o corpo mal nutrido,desajeitado
De mamas caídas suportadas por trapos,
pernas ao léu, varizes azuis aos esses desenhadas.
Pequenas saias - mais parecendo farrapos.
Desdentadas, desgrenhadas, ali plantadas,
sem tempo -  chulos ao lado ,no mesmo  pecado!

Ao lado, a taberna exala cheiros rançosos
De tantas iscas com elas, ali passadas
Em molho grosso de frituras continuadas,
p!raquela gente eram pitéus, bem saborosos
Conversas estúpidas , galhofando com as putas
Gritos histéricos,  em alvares gargalhadas!

Juventude a quanto obrigas -  por ali passei!
Beijos balofos  pela fome do desejo, suportei!
Meus olhares, nesse tempo, não eram esquisitos
Para mim, o importante, era ter os requisitos.
Como adolescente candidato a homem em ebolição
Sonhos noturnos  com momentos de masturbação:
Por uma puta, bem gordinha,  me enamorei!
De seu nome Olga, por ela, então, me apaixonei:
recebi favores, carinho e até amor dela granjeei
Por isso ,sempre pensei que ser puta – Meu Deus!
Nada mancha o coração, amor, mesmo, o dos Céus,
 como Cristo a Madalena, a pedra não atirei!

Hélder Gonçalves
Julho 2013

Defronte do espelho



Defronte do espelho


Coisa esta que me acontece,
olho o espelho, o que vejo:
Sulcos no rosto aspecto sofrido.
Aqui cheguei e o que permanece,
cada marca,  nela, o futuro prevejo,
do  longo caminho já percorrido,
dura  realidade, então, se desvanece

Sonho que - aquilo ali refletido,
continua sendo aquele tal rapaz,
alegre, cantando a sua juventude
Livre ,por nunca ter sido contido
Com archote na mão, pela paz
No mundo em qualquer latitude,
por conturbado tempo ter vivido.

Fugaz momento, aquele deleite
A dura relidade se me apresenta
De novo,os sulcos no meu rosto.
Velhice na sociedade não é aceite
Preconceito - aquilo que representa
ignorancia, ignominia – que desgosto!
Nada que justifique nem que enfeite

Nesta sociedade de competição
bravias lutas, muitos ficam para trás.
A falta de respeito pelos mais velhos-
os ouvidos fecham, não escutam a lição.
Esquecem tudo num frenezim voraz
Isolam, não seguem conselhos
Postura de vida, sem remissão 

Então eu penso: Que, as minhas rugas
no real, então reflectido naquele espelho,
são estradas da vida já tanto percorridas,
em caminhos direitos que não teem fugas,
virtudes acumuladas, sábias, de velho,
pela Universidade da Vida adquiridas-
olho, agora, o mundo, vendo-o das alturas.


Hélder Gonçalves
Julho 2013