Naquela
viela estreita, gentios horrores
Um bafo quente, de
estranhos odores
Com nome esquisito - Rua
das Atafonas
Tabernas esconças,
cheiros e sabores,
putas, encostadas, em
porta carcomida,
gastas pelo tempo,
escadas da má vida!
Vendem o corpo mal
nutrido,desajeitado
De mamas caídas
suportadas por trapos,
pernas ao léu,
varizes azuis aos esses desenhadas.
Pequenas saias - mais
parecendo farrapos.
Desdentadas,
desgrenhadas, ali plantadas,
sem tempo - chulos ao lado ,no mesmo pecado!
Ao lado, a taberna
exala cheiros rançosos
De tantas iscas com
elas, ali passadas
Em molho grosso de
frituras continuadas,
p!raquela gente eram
pitéus, bem saborosos
Conversas estúpidas ,
galhofando com as putas
Gritos
histéricos, em alvares gargalhadas!
Juventude a quanto
obrigas - por ali passei!
Beijos balofos pela fome do desejo, suportei!
Meus olhares, nesse
tempo, não eram esquisitos
Para mim, o
importante, era ter os requisitos.
Como adolescente
candidato a homem em ebolição
Sonhos noturnos com momentos de masturbação:
Por uma puta, bem
gordinha, me enamorei!
De seu nome Olga, por
ela, então, me apaixonei:
recebi favores,
carinho e até amor dela granjeei
Por isso ,sempre
pensei que ser puta – Meu Deus!
Nada mancha o
coração, amor, mesmo, o dos Céus,
como Cristo a Madalena, a pedra não atirei!
Hélder Gonçalves
Julho 2013