Defronte do espelho
(poesia)
Coisa
esta que me acontece,
olho
o espelho, o que vejo:
Sulcos
no rosto aspecto sofrido.
Aqui
cheguei e o que permanece,
cada
marca onde nela prevejo
o longo caminho já percorrido,
dura
realidade então se desvanece
Sonho
que - aquilo ali refletido,
continua
sendo aquele tal rapaz,
alegre,
cantando a sua juventude
Livre
,por nunca ter sido contido
Com
archote na mão, pela paz
No
mundo em qualquer latitude,
por
conturbado tempo ter vivido.
Fugaz
momento, aquele deleite
A
dura relidade se me apresenta
De
novo,os sulcos no meu rosto.
Velhice
na sociedade não é aceite
Preconceito
- aquilo que representa
ignorancia,
ignominia – que desgosto!
Nada
que justifique nem que enfeite
Nesta
sociedade de competição
bravias
lutas muitos ficam para trás.
A
falta de respeito pelos mais velhos
os
ouvidos fecham, não escutam a lição
Esquecem
tudo num frenezim voraz
Isolam,
comportam-se como fedelhos
Numa
postura de vida, sem remissão
Então
eu penso: Que as minhas rugas
No real, então reflectido
naquele espelho
São
estradas da vida já tanto percorridas,
em
caminhos direitos que não teem fugas,
Sabedorias
adquiridas, aptas ao conselho
Pela
sábia Universidade da Vida adquiridas,
olho,
agora, o mundo vendo-o das alturas.
Hélder
Gonçalves
Julho
2013